O mundo forjou a imagem de Maria Madalena, conforme as versões que foram apresentadas pela história. Primeiramente de prostituta, adúltera e até amante de Jesus. O cineasta australiano Garth Davis resolveu contar uma história que nunca ninguém contou e o cinema também não mostrou. Numa sociedade patriarcal e profundamente machista, Maria Madalena é uma mulher determinada em seguir os ditames da sua consciência e convicção religiosa, quando decide seguir Jesus. O roteiro do filme MARIA MADALENA foi baseado em dois evangelhos o de Marcos e Maria, ganhando em originalidade. Incrível observar a própria liderança de Maria Madalena no pequeno grupo de Jesus, que ao longo da peregrinação vai crescendo. Maria Madalena, mesmo parecendo não entender o que estaria acontecendo com ela, parece que se conecta com Jesus e mesmo com o seu silêncio consegue transmitir a sua intensa fé cristã. O papel de Maria Madalena foi interpretado de forma soberba pela atriz Rooney Mara que no filme CAROL, também esbanjou talento justificando as indicações para o Oscar e Globo de Ouro. Já o papel de Jesus foi magnificamente interpretado por Joaquin Phoenix que desde GLADIADOR, vem apresentando uma nítida ascensão na carreira, interpretando papeis desafiadores que vão desde o inferno como em “Você Nunca Esteve Realmente Aqui”até o céu como em MARIA MADALENA.
Se o Papa Gregório (540-604 D.C.) declarou que a visão de Maria Madalena que prevalecer seria da mulher pecadora e submissa, já em 2016 o Papa Francisco transformou a data de 22 de julho em festa litúrgica, enfatizando sua figura como “apóstola dos apóstolos”.
Em seu derradeiro trabalho para o cinema, o compositor islandês Jóhann Jóhannsson propiciou um esplendido trabalho, conseguindo com a sua trilha sonora imprimir uma característica musical totalmente diferenciada para a atmosfera do filme, permitindo até mesmo uma conexão celestial.
Uma das grandes mensagens do filme MARIA MADALENA está naquilo que tem faltado para a nossa civilização, o perdão e o amor incondicional.
