BROOKLIN:SEM PAI NEM MÃE

Enviado por admin em sab, 12/28/2019 - 17:13
Uma nova surpresa neste ano de 2019 através do filme BROOKLIN: SEM PAI NEM MÃE. Edward Norton além de atuar, assina o roteiro, produz e dirige este filme que é um resgate de um período fascinante do “cinema noir”.

O cinema é um celeiro de craques ao mesmo tempo em que se fecham as cortinas para uns, elas acabam escancaradas para outros. Em 1996, fiquei impressionado ao assistir o primeiro filme de Edward Norton, então com 26 anos, fazendo o papel de um adolescente que sofre de problemas mentais e acaba acusado por um crime. Não pensei se tratar de um novo James Dean, mas de alguém que iria crescer. Ao longo desse tempo, outras interpretações memoráveis de Norton como em Cartas na Mesa, Clube da Luta, A Última Noite, O Ilusionista e outros. Uma nova surpresa neste ano de 2019 através do filme BROOKLIN: SEM PAI NEM MÃE. Edward Norton além de atuar, assina o roteiro, produz e dirige este filme que é um resgate de um período fascinante do “cinema noir”. Edward Norton faz o papel de Lionel, que aos seis anos se torna órfão e vai para o orfanato. Lionel é portador da síndrome de Tourette, cujas manifestações variam de pessoa pra pessoa, no seu caso, um confronto cerebral entre o consciente e o inconsciente que se manifesta em voz alta.  Lionel encontra na figura do personagem Frank ( Bruce Willis) que é investigador particular e que se transforma numa espécie de tutor de Lionel que envereda pelo campo da investigação. A morte de Frank, instiga Lionel a entrar num verdadeiro labirinto para investigar quem estaria por trás do crime. O que levou Edward Norton a se interessar pelo livro de Jonathan Lethem e adaptá-lo para o cinema foi a temática do planejamento urbano. Lionel percebe o quanto que o mercado imobiliário é permeado por discriminação social na política de habitação com o aval do prefeito. As construtoras são favorecidas para supostas obras de revitalização, mas que na realidade pretendiam expulsar de determinados bairros os trabalhadores, para que se construíssem verdadeiras favelas para abrigar um número maior de pessoas, rendendo mais nos aluguéis. Na história o personagem Moses (Alec Baldwin) engenheiro responsável pelos projetos babilônicos, mas que tem contas a serem ajustadas com o seu passado. O personagem Lionel por causa da síndrome, não consegue manter uma conversação sem que ela seja truncada por uma sucessão de tiques nervosos espásticos e erupções verbais.  Ele é o narrador dos fatos e promove incursão investigativa que o leva ainda ao maravilhoso mundo do jazz. Por falar nisso a trilha sonora impecável, além das músicas originais do compositor inglês Daniel Pemberton, nos brinda com pérolas musicais com ilustres nomes como do baixista australiano Flea, o trompete de Wynton Marsalis, um trio formado por Dizzy Gillespie, Charlie Parker e Thelonius Monk. O vocalista britânico e roqueiro  Thom Yorke tem sua voz perfeitamente integrada ao estilo “noir” e a própria paisagem do filme.  BROOKLIN: SEM PAI NEM MÃE tem uma atmosfera musical rigorosamente impecável através da música original jazzística de Daniel Pemberton, que foi indicado ao Globo de Ouro.