AS AVENTURAS DE ROBIN HOOD, produção de 1938, dirigida por Michael Curtiz, foi a segunda transposição para a tela do lendário personagem Robin Hood que ficou conhecido por roubar dos ricos para dar aos pobres. Nesta produção, Errol Flynn vive o herói mítico inglês. A trilha sonora foi confiada ao compositor Erich Wolfgang Korngold que pelo exuberante trabalho desenvolvido conquistou o Óscar em 1939. A concepção musical adotada com base no tema principal já sugere que se trata de um filme que contempla muita ação. Korngold compôs uma trilha de acompanhamento, na qual teve todo o cuidado para que ela não interferisse no discurso da narrativa. Quando isso acontece, o espectador nem sempre se dá conta quanto à presença da música, o que para o compositor é um atestado de que a trilha está muito bem colocada. Em AS AVENTURAS DE ROBIN HOOD, temos passagens em que a música cumpre um papel muito importante, o de contribuir para o ritmo da narrativa, como é o caso da cena em que Robin escapa do castelo. A trilha sonora que Korngold produziu para as cenas de amor do filme é algo que serviria de inspiração para inúmeras trilhas futuras. Na cena do duelo e a consequente música de epílogo, temos uma vibrante conjugação de cordas e metais, em que mais uma vez o compositor demonstra todo o vigor sinfônico.
Como um aplicado músico de departamento musical de estúdio, Korngold pela sua sensibilidade, sempre propunha sugestões ao diretor, quando este selecionava músicas que iriam compor uma trilha sonora, isso muito antes de se conceber a criação de trilhas originais para os filmes. Devido a isso, Korngold teve trabalhos cujos créditos não foram dados, devidamente, a ele, não obstante ter sido o responsável pelas músicas, como aconteceu com o filme CAPITÃO BLOOD, de 1936.
O historiador Otto Friedrich em seu livro A CIDADE DAS REDES escreveu que ”as composições de Korngold eram imitações luxuriantes e melodiosas de Brahms, para não mencionar Rachmaninoff.” No entanto, preferimos ficar com a opinião do professor da Escola de Música de Berlim, Hermann Kretschmar, o qual afirmou que Korngold é “fenomenal mesmo entre os casos excepcionais!” Sinfonetas, cello concerto, sinfonic serenades, seus trabalhos orquestrais são fenomenais.
Korngold foi considerado um verdadeiro garoto prodígio, pois aos seis anos de idade já tinha suas primeiras composições. Chegou a Hollywood em 1934 e logo ganhou respeito. Teve sua obra erudita regida por Bruno Walter, Otto Kemperer e outros grandes regentes. Trabalho lançado em quatro magníficos discos; Korngold Orchestral works. Faleceu em 29 de novembro de 1957.