O novo filme do cineasta Roman Polanski mostra que ele retomou o caminho daqueles thrillers que conseguem mexer com o nosso espírito e instigante sobre qual seria o golpe resolutório. A partir do libro da escritora Delphine de Vigan Polanski conseguiu fazer uma apurada adaptação cinematográfica. A esposa de Polanski, Emmanuelle Seigner se agiganta no papel da escritora Delphine que depois do lançamento do seu novo livro, tem dificuldades para se inspirar para o próximo, sendo acometida pela síndrome da página em branco, quando simplesmente a inspiração desaparece. Nesse momento, ela conhece uma fã Elle ( papel esplendidamente interpretado por Eva Green) que ao se aproximar da escritora, começa a manipulá-la. Por outro lado, a escritora Delphine parece ter gostado de todo esse jogo de dominação e embarca na fantasia. BASEADO EM FATOS REAIS mostra o lado real da dialética na literatura, a tal ponto de se perguntar: o que é verdadeiro e o que é falso na história? É mas como um bom filme, isso fica para o final.
Em que pese toda a rigidez da crítica sobre os trabalhos de Polanski, impossível não admitir que como brada aquela torcida fanática: “ele voltou!”
A trilha sonora do filme foi composta pelo francês Alexandre Desplat e sua música assume um papel marginal, ficando totalmente submetida a narrativa cinematográfica. Os compassos da trilha parecem marcar o tempo e com isso servem também para conduzir a própria emoção do espectador.
É justamente esse estilo que faz com que o cineasta Roman Polanski continue prestigiando o seu compatriota desde 2010 quando do filme O ESCRITOR FANTASMA.