MONSIEUR & MADAME ADELMAN (2017).

Enviado por admin em dom, 11/05/2017 - 01:45
Um filme que mostra um amor irreversível.

Para quem achava que a safra de filmes deste ano de 2017 não foi das melhores, no apagar das luzes surge uma surpresa, MONSIEUR & MADAME ADELMAN . O jovem casal Nicolas Bedos e DoriaTillier escreveram juntos o roteiro e souberam condensar bem 45 anos em duas horas de projeção. O filme traz várias surpresas, como o fato de MONSIEUR & MADAME ADELMAN marcando a estreia do ator Nicolas Bedos aos 37 anos na direção. Nicolas Bedos que na condição de menino super dotado já compunha suas primeiras musicas aos catorze anos, não se intimidou ao compor em parceria com o compositor Phillipe Kelly a sua primeira trilha sonora para o seu filme. A propósito, vale resgatar aqui o que havia escrito no artigo sobre A Garota Dinamarquesa referindo-se à solução musical que Desplat encontrou para a cena final do filme, quando ao invés de usar o violoncelo preferiu o piano, contribuindo para comprometer a densidade emocional do golpe resolutório. Em MONSIEUR & MADAME ADELMAN uma cena equivalente com o mesmo peso dramático se utilizou justamente desta solução apontada, ou seja, a música começa com um solo de piano que é fundida com as cordas do violoncelo, conferindo profunda densidade dramática.

 O filme MONSIEUR & MADAME ADELMAN mostra o escritor Victor que não consegue decolar na carreira até que encontra a mulher da sua vida, mesmo que num primeiro momento houvesse muita relutância em aceita-la. Mas o jovem Victor é complicado pois tem problemas de identidade, auto-estima, desunião romântica com a mãe e compulsão por sexo. Aliás, será que o terapeuta de Victor terá saúde suficiente para escutar os problemas, sem deixar-se abater pelos mesmos? O filme por abranger quatro décadas, traz um recorte histórico interessante de uma época marcada por uma revolução de costumes e ideologia política radicalizada em posturas distintas de direita e esquerda. Mas também trata de problemas étnicos e sociais, drogas, doenças, suicídio e os desafios de relação amorosa, como também a tênue linha divisória entre o sucesso e o fracasso.

Tudo que é mostrado no filme tem uma relação com a realidade vivida, bem por isso, impossível não se identificar com abordagens pertinentes à vida de cada um de nós. O filme além de mostrar a irreversibilidade do amor, levanta temas para a reflexão de questões importantes sobre a vida e  a morte. Como mensagem final, vale lembrar que é preferível rir de si mesmo, antes que outros o façam.