PERFUME DE MULHER é o título de uma produção americana, dirigida por Martin Brest, e que tem Al Pacino no papel principal. O filme é um remake do homônimo italiano, dirigido por Dino Risi com Vittorio Gassman. O filme conta a história de um militar aposentado que contrata um jovem para acompanhá-lo numa viagem. Há algumas semelhanças nos roteiros das duas produções, mas também diferenças significativas. Se por um lado Al Pacino ganhou Óscar e Globo de Ouro de melhor ator pelo seu desempenho neste filme, Vittorio Gassman ficou com a Palma de Ouro de melhor ator do Festival de Cannes, além do Nastro D’Argento da Itália.
A concepção musical de ambos os filmes também são bem distintas. O trabalho do compositor Armando Trovaiolli para PERFUME DE MULHER, de 1974, traz uma música funcional que procura pontuar, principalmente, o próprio estado de espírito do personagem central da história, que é o coronel cego interpretado por Vittorio Gassman. Já o trabalho de Thomas Newman, para PERFUME DE MULHER de 1992, traz uma roupagem de acompanhamento que não procura transmitir, através da música, nada que se relacione com o sentimento dos personagens, mas sim o que o filme esta mostrando. Uma das cenas mais comentadas do filme fica por conta do momento em que o coronel, interpretado por Al Pacino, vai dançar um tango. A cena tem um impacto e ao mesmo tempo uma beleza singular, pois naquele momento o sentido da audição é que vai determinar a força da cena. Dessa forma, a música assume um papel importante, sendo que Thomas Newman selecionou um clássico do cancioneiro argentino, “Por Uma Cabeza”, de Alfredo Le Pera que ficou imortalizado através da interpretação de Carlos Gardel, mas que no filme a execução é do Tango Project’s, um trio formado por um acordeão, piano e violino. Mas a música mais marcante, também executada pelo trio americano, foi “La Violetera” composição de José Padilha.
Thomas Newman sempre foi um compositor que, por meio dos seus trabalhos, procurou invocar um estilo musical mais marginal, com sua música não interferindo no discurso da narrativa.
Thomas Newman, filho do lendário Alfred Newman, sobrinho dos compositores Lionel Newman e Emil Newman, primo de Randy Newman, irmão do compositor David Newman, nasceu no dia 20 de outubro de 1955 em Los Angeles. Ele é formado pela Universidade de Yale em piano e composição. O compositor estudou muito tempo violino e teve a felicidade de contar com grandes personalidades como professores Jacob Druckman, Bruce MacCombie e Robert Moore. Também estudou, por dois anos, composição com o notável David Raksin, na Universidade da Califórnia do Sul. David perdeu o pai quando tinha 15 anos, e foi o tio Lionel quem o introduziu nos estúdios de cinema.
Ele se lembra perfeitamente bem, que costumava assistir ao trabalho de John Williams, quando este havia feito a trilha sonora do filme INFERNO NA TORRE, também acompanhou todo o trabalho de Williams para o filme O RETORNO DE JEDI. A primeira trilha que Thomas Newman compôs para o cinema, foi para JOVENS SEM RUMO, dirigido por James Foley, em 1984.
Os trabalhos mais expressivos de Thomas Newman para o cinema foram TOMATES VERDES FRITOS, ADORÁVEIS MULHERES, UM SONHO DE LIBERDADE, BELEZA AMERICANA, ESTRADA PARA A PERDIÇÃO, SKYFALL e muitas outras trilhas que renderam indicações a importantes prêmios. Por falar em prêmios apesar de indicado catorze vêzes ao Oscar e três ao Globo de Ouro, na carreira já arrebatou 48 prêmios importantes.
Thomas Newman, pelo enorme peso da responsabilidade de ser filho de Alfred Newman, estava determinado a não trabalhar para o cinema. Mas um amigo seu pediu-lhe que ajudasse numa trilha que ele estava compondo para o cinema. Quando começou a ajudar o amigo, sentiu uma verdadeira fascinação pelo trabalho e resolveu encarar o desafio. Thomas Newman tem cumprido muito bem o seu papel de compositor de trilhas