Este é o título do filme dirigido pelo canadense Jean Paul Pouliot a partir de um roteiro de Ken Scott que mais parece uma conto do dinamarquês Andersen. Uma aldeia chamada Sainte-Marie-la- Mauderne, que era uma colônia de pescadores, que já não tem mais peixes e os antigos profissionais da pesca vivem do seguro desemprego, o que implica em dizer que sofrem de baixa autoestima e isso repercute no próprio ambiente familiar. Germain, o líder comunitário recebe uma notícia que pode mudar totalmente a realidade da aldeia, pois uma fábrica pretende se instalar, desde que o local disponha de pelo menos um médico. Então, a partir daquele instante, o grande desafio será atrair este profissional, o que se constituirá numa tarefa quase impossível para um local que não dispõe de nenhum atrativo. Mas como determinados fatos conspiram contra a realidade, eis que um guarda de trânsito o único que conseguiu deixar a ilha em busca de um novo sonho, numa blitz acaba pilhando um médico que portava cocaína. O cirurgião plástico tenta de todas as maneiras subornar o guarda, que concorda mediante uma única condição, que o médico preste serviços na sua aldeia pelo espaço de 1 mês. A partir daquele instante, a responsabilidade passa a ser dos habitantes da pequena comunidade, em tentar transformar o local no paraíso dos sonhos daquele médico. Uma comédia leve, permeada de mensagens que ao mesmo tempo em que tocam o coração cutucando a dignidade, mas também mexe com a esperança. Afinal de contas, não devemos privar ninguém da esperança, pois ela pode ser tudo o que lhe resta.
Uma trilha sonora sublime composta por Jean-Marie Benoit que faleceu em 2009 aos 54 anos em decorrência de um ataque cardíaco. Dentre suas trilhas se destaca a do filme JESUS DE MONTREAL.
Em 2013 o cineasta canadense Don McKellar refilmou a história, mas a versão definitiva continua sendo a original de 2003.