O filme do cineasta japonês Hirokazu Koreeda faturou cinco prêmios da Academia Japonesa de Cinema no ano passado, além de ter sido indicado para o Festival de Cannes. O cinema japonês nos últimos anos tem reservado agradáveis surpresas com roteiros inteligentes, desempenhos convincentes e uma estrutura de narrativa que envolve e contagia o espectador. Um tema que sempre foi profundamente valorizado dentro do cinema japonês diz respeito as relações familiares. Dentro do melhor espírito confucionista, três irmãs levam uma vida tranqüila sob um mesmo teto. Um dia chega a notícia da morte do pai, que estava num terceiro casamento. As irmãs comparecem ao funeral, quando conhecem Suzu a irmã mais nova, do segundo casamento do pai, que ficaria na condição de bastarda diante da terceira esposa. As irmãs Sashi, Oshino e Chika resolvem então acolher a irmã mais nova. Esse quarteto passa então a ter uma nova experiência, essas meninas também demonstram ter aderido a nova concepção das mulheres japonesas, priorizar o lado profissional, aproveitar bem a vida e casar mais tarde. A irmã mais nova impõe novas regras, já que a adolescente apenas estuda, mas em contrapartida, tenta ajudar no que pode em casa. A única vantagem da mais nova com as outras irmãs, foi o fato de ter conquistado maior tempo de convivência com o pai. De certa maneira, as irmãs tem curiosidade quanto a saber mais sobre o pai, que elas tiveram por pouco tempo e as lembranças eram muito tênues. Isso pode favorecer uma convivência mais harmoniosa, como também pode acarretar para a mais nova, um sentimento de incerteza quanto ao que pode acontecer no dia de amanhã. Bem, o filme tem uma narrativa inteligente e que mostra que as mulheres de hoje no Japão sentem-se atraídas mais pelos desafios do futuro do que propriamente as tradições do passado.
Nesse vídeo uma álbum de fotos e cenas do filme, com as quatro atrizes do elenco e o tempero musical da trilha bem ocidentalizada de Yôko Kanno.