O cineasta grego Costa Gavras, se notabilizou no âmbito do cinema político, através de filmes antológicos como Z e Estado de Sítio. Desta vez, o foco de Gavras, baseado no livro de Yannis Varoufakis, ex-ministro de finanças da Grécia. O filme O JOGO DO PODER narra os seis meses em que o ministro das finanças Yannis, atuou no governo de esquerda comandado por Alexis Tsipras, que quando assumiu o país, não tinha noção do tamanho da dívida grega. Um período em que a Grécia estava mergulhada numa crise financeira profunda, que implicou em remédios amargos, cortando na própria pele. Momentos de intensa pressão com os banqueiros, querendo a salvação, nem que isso representasse a quebra do Estado. O país teve que contrair um pesado empréstimo da União Europeia para tapar buracos de uma dívida que remonta desde o período da independência da Grécia. Uma narrativa tensa, que serviu para mostrar de forma categórica, como funciona o sistema econômico das grandes potências. No topo da pirâmide social da Grécia ninguém tem problema financeiro, mas nos andares de baixo, quem não deixou o país enfrenta dificuldades. Ajustes que implicaram em aumento de impostos, redução de salários, além de penhora de bens públicos em favor dos bancos. Gavras mostra de forma fiel, aquilo que não aparece no noticiário da televisão, pois aquele grupo unido na hora da fotografia é apenas jogo de cena. Nos bastidores o que prevalece é o jogo do poder, nesse sentido os fracos não têm vez! Filho de mãe grega, o compositor francês Alexandre Desplat produziu um esmerado trabalho com um tempero grego. O Jogo do Poder, produção de 2019, a nossa dica cinematográfica.