DUELO NA TELA.

Enviado por admin em sab, 03/03/2018 - 09:53
Para não frustrarmos quem logo imaginou os filmes de western, poderíamos iniciar os nossos  exemplos invocando a produção dos anos 50, assinada  pelo diretor  Fred Zinnemann MATAR OU MORRER, com Gary Cooper no papel do xerife Kane, que  uma vez abandonado pela população, tem que enfrentar sozinho um bando que  vai chegar de trem ao meio-dia.

Quando falamos em  duelo  na  tela, logo nos vem à mente a imagem  entre  o mocinho  e o bandido parados  no meio  de  uma rua  empoeirada  em posição de confronto. Mas  no  cinema, este  tema   transcende  o gênero western e torna-se muito mais  abrangente, a partir  do momento em que  imaginamos  uma infinidade de outras  situações que  configuram  um duelo. Para não frustrarmos quem logo imaginou os filmes de western, poderíamos iniciar os nossos  exemplos invocando a produção dos anos 50, assinada  pelo diretor  Fred Zinnemann MATAR OU MORRER, com Gary Cooper no papel do xerife Kane, que  uma vez abandonado pela população, tem que enfrentar sozinho um bando que  vai chegar de trem ao meio-dia. A partir desse instante o protagonismo passa a ser exercido pelo relógio que vai marcar o tempo, aumentando a própria agonia do xerife Kane.

Assim como Fellini se divertia lendo as críticas e intepretações muitas vezes filosóficas e psicanalíticas de seus filmes, também o cineasta Fred Zinnemann a propósito de MATAR OU MORRER, também chegou a pelo menos achar criativas algumas interpretações. Claro que durante a época da caça aos comunistas, houve quem denunciasse como o roteirista Carl Foreman era comunista, o filme tinha cunho político. Aliás o roteirista Carl Foreman teve que comparecer durante as filmagens de MATAR OU MORRER, diante do Comitê Sobre Atividades Não Americanos e travou um intenso duelo com seus opositores. Mas no filme, mais uma vez o roteiro inteligente contribuiu para o prolongamento das emoções diante do conflito entre o xerife Kane e Frank Miller e seus comparsas. A todo o momento a câmera foca o relógio da estação marcando a passagem do tempo e aumentando a temperatura do filme. Nesse sentido a música do ucraniano Dimitri Tiomkin se mostrou rigorosamente sob medida no sentido de amplificar a tensão e emoção que antecedia a cena do duelo final.