O cinema italiano sempre se mostrou muito pródigo na exploração das temáticas relativas aos costumes e principalmente dentro do espectro familiar. Se por um lado, inegavelmente um dos filmes a mostrar os maiores contrastes familiares foi PARENTE SERPENTE de Mario Monicelli, de outra parte o cineasta romano Gabrielle Muccino com o seu filme LÁ EM CASA TUDO BEM, se aproxima do Mestre Monicelli. A história mostra uma família extremamente heterogênea, mas profundamente representativa da realidade vigente, que se reúne numa ilha para comemorar as bodas dos pais. Era para ser uma cerimonia rápida que um meio período do dia seria suficiente. Ocorre, no entanto, que o mau tempo fez com que o serviço de balsas fosse suspenso, desta forma, os familiares tem que passar a noite na ilha. Esse tempo extra de convivência vai permitir que os contrastes aflorem e com ele as diferenças, divergências e o acerto de contas, que em se tratando de uma família é sempre um aspecto extremamente conflituoso. Naquela ilha o passado se encontra com o presente, o que acaba se transformando num prenúncio de enorme instabilidade, tal e qual o mau tempo que permitiu que os familiares tivessem que se suportar por mais tempo. O filme permite o reencontro de duas atrizes que fizeram sucesso no cinema italiano na década de sessenta Sandra Milo ( Oito e Meio) e Stefania Sandrelli ( Divorcio a Italiana). Com roteiro e direção e Gabrielle Muccino que depois de uma passagem por Hollywood retorna a pátria amada para se sentir em casa. A trilha sonora foi confiada a competência de Nicola Piovani, cujo tema marcante do filme acaba transformado numa canção inserida nos créditos finais do filme interpretada pela talentosa cantora romana Tosca interpretando L’Invenzione di un Poeta.