Já nos acostumamos com a célebre frase de que "quando não há luz no fim do túnel, então a saída é pela tangente!"O cineasta argentino Rodrigo Grande depois de dirigir duas comédias partiu para o thriller O FIM DO TUNEL, um filme instigante, roteiro inteligente e com um golpe resolutório absolutamente genial. O filme reuniu os dois mais importantes nomes da música no cinema da Argentina para estruturar a instigante trilha sonora ao melhor estilo Bernard Herrmann composta pela dupla Lucio Godoy e Federico Jusid. A história de No Fim do Tunel, gira em torno de Joaquim, interpretado por Leonardo Sbaraglia , um homem solitário paraplégico que conta apenas com a companhia do seu velho e moribundo cão e vê de repente sua solidão povoada pela presença de uma mulher Berta, interpretada por Clara Lago, e sua filha querendo alugar um quarto. A sua casa tem dois planos com um elevador que leva Joaquim até o porão onde ele realiza o seu entediante trabalho de consertar computadores. De repente ele percebe uma estranha movimentação na casa vizinha e através de sua parafernália eletrônica, logo descobre que os ladrões estão articulando um assalto ao banco. Para tanto, os assaltantes começam a construir um túnel e para que nada fugisse ao controle, pensaram em tudo, inclusive no vizinho deficiente físico. O diretor e roteirista do filme Rodrigo Grande foi muito além de transformar o deficiente físico Joaquim no herói do filme, ele quis provar a capacidade de superação das pessoas diante de obstáculos e desafios e que ter um objetivo pode se transformar no grande combustível para o impulsionar a pessoa para uma nova chance de viver, mesmo em situações audaciosas e perigosas como fica claro no filme. A dinâmica das tomadas de cenas se encarregam de explicar como Joaquim se tornou um deficiente físico e porquê continuava ocupando uma imensa casa que tinha dois pavimentos. É possível perceber no roteiro de Rodrigo Grande algumas referências cinematográficas como O Assassino de Luc Besson e literárias pois a própria história tem muito de Edgar Allan Poe, principalmente da obra O Corvo. Como o personagem Joaquim parece ser aquele que nunca dorme, portanto, vale citar Poe: "Aqueles que sonham acordados tem consciência de mil coisas aos que apenas sonham adormecidos."