TRIBUTO A GIOVANNI FUSCO.

Enviado por admin em ter, 10/10/2017 - 17:41
Giovanni Fusco, “o pai da moderna música no cinema”.

O compositor Giovanni Fusco nasceu no dia 10 de outubro de 1906, falecendo aos 61 anos no dia 31 de maio de 1968. Estudou música na Academia de Santa Cecília em Roma e sua obra foi muito influenciada pelos compositores Stravinski, Bartok e Schoenberg. Começou a compor trilhas na década de trinta e durante o período do neorrealismo, teve a oportunidade de imprimir um ritmo acelerado de produções musicais.  Trabalhou com importantes cineastas, mas foi com Michelangelo Antonioni que celebrou a parceria mais longeva, iniciada em 1950 por ocasião do filme Crimes da Alma. Nesse momento, o próprio Antonioni percebeu que Fusco estava trazendo para o cinema, uma proposta musical que rompia com o padrão vigente. De repente sua música tinha uma linguagem diferenciada. Por exemplo, ele entendia a voz humana como um verdadeiro instrumento musical, não foram poucas as oportunidades em que aproveitou a vocalização da sua filha Cecília Fusco, como numa passagem musical do filme Deserto Vermelho. Não resta dúvida de que Giovanni Fusco trouxe um panorama totalmente moderno para a música no cinema, indiscutivelmente um músico vanguardista. A mesma maneira, também podemos identificar na obra de Ennio Morricone, que curiosamente em 1955 foi o orquestrador de Fusco por ocasião do filme de Francesco Maselli, Os Revoltosos.

Foram mais de 100 trilhas sonoras em 34 anos de trajetória do compositor Giovanni Fusco para a música no cinema. Muito embora dentre suas trilhas mais famosas se destaquem Hiroshima Meu Amor, filme de Alain Resnais e ainda O Eclipse e Deserto Vermelho de Michelangelo Antonioni, uma das composições mais expressivas foi de um bolero para o filme A Aventura, dirigido por Michelangelo Antonioni com uma cena emblemática protagonizada por Monica Vitti e temperada com muita sedução por esse bolero de Fusco.

Apesar de ter iniciado sua trajetória de compositor nos anos do fascismo, sua música assumiu um caráter “fuschiano”capaz de ganhar identidade própria. Não por acaso, ele chegou a ser reconhecido como “o pai da moderna música no cinema”.