Num dia que está mais para coelho do que ovelha, o assunto só se justificaria, caso quiséssemos nos reportar a um filme. O cinema islandês é seguramente um dos mais jovens da história da cinematografia. Sua produção começou a ter relevância a partir da década de oitenta. A Islândia, pelas suas paisagens, serviu de cenário para algumas produções de grande sucesso como foi o caso de O Quinto Elemento do cineasta francês Luc Besson e ainda Batman Begins do Chris Nolan e muitas outras. Também no campo das trilhas sonoras, a Islândia produziu um dos nomes que tem obtido grande relevância nos últimos anos, o compositor Jóhann Jóhannsson.
Falando de “A Ovelha Negra”,filme de 2015, este é o segundo longa metragem do diretor Grímur Hákonarson , laureado com14 prêmios em diferentes competições cinematográficas, inclusive em Cannes, no ano passado.
O filme narra a história de dois irmãos que criam ovelhas e são vizinhos de propriedade, o que ocorre é que eles nunca conversaram nos últimos quarenta anos. Diferenças do passado ergueram um muro invisível que impede qualquer relação. Mas, um dia uma doença começa a atacar os rebanhos de ovelhas da região e isso pode trazer conseqüências imprevisíveis nessa relação entre irmãos.
A trilha sonora foi composta por Atli Örvarsson que em dezesseis anos dedicados à música no cinema já produziu 40 trilhas, o que denota um ritmo de produção bastante expressivo. Em A Ovelha Negra a sua música se faz notar apenas em situações em que ela se torna rigorosamente indispensável, não permitindo que o filme rompa a relação de empatia com o espectador.
Esse é daqueles filmes que se você não se identificar com a situação, pelo menos lembrará de alguém da sua família que em algum momento da vida, também já foi considerado uma espécie de “ovelha negra”.