O cinema sul coreano continua explorando os temas que perpassam pelo campo político e principalmente social. Um bom exemplo está na produção de 2016 cujo título é “A Dama de Baco”.
Neste filme o foco está em mostrar que mesmo a Coreia do Sul sendo a 11a economia do mundo, por outro lado convive com o pior índice de pobreza da população idosa. Nesse cenário essa população praticamente vive nas sombras da própria sociedade. Existem feridas que foram produzidas `a época da ocupação americana por ocasião da Guerra da Coréia. Muitas jovens coreanas, naquele período acabaram seduzidas e engravidadas por soldados americanos, sendo que muitas delas acabaram enveredando pela prostituição. É o caso da Sra Yoan que acabou se tornando uma das damas de Baco, como são chamadas as prostitutas mais idosas, que se reúnem numa praça da cidade oferecem a chamada “bebida de Baco”, que é uma referência a bebida energética Bacchus D ,antes de vender os seus serviços. A prostituição das idosas abre uma porta para as doenças venéreas, já que muitas delas não tomam os devidos cuidados. Paralelamente a essa história contada, também outros fatos do cotidiano sul coreano, como da situação de imigrantes tailandeses que vivem no país de forma ilegal. A senhora Yoan mora numa espécie de vila de propriedade de uma mulher transgênica que aluga moradia também para um jovem com a perna mecânica, também reproduzindo outro exemplo dos marginalizados. O cineasta Je –Young Lee também resolve denunciar no seu filme a situação de abandono por parte da família de parcela da população de idosos doentes, o que muitas vezes contribui para o aumento dos casos de eutanásia. Nesse sentido, a figura da prostituta Yoan que também procura ajudar os seus clientes quanto aos desejos finais.
Uma narrativa dinâmica que, mesmo com assuntos áridos e permeados de tabus, é impulsionada por uma trilha sonora que pela sua cadência também contribui para imprimir um clima menos dramático, mas de mera denúncia dos problemas sociais que afligem o país.