Existem pessoas predispostas a chorar, bem essas poderiam chorar até mesmo em trailers. No cinema, a câmera é o veículo de comunicação que filtra, capta a imagem que chega até o espectador que pode ter reações das mais diversas, sempre de conformidade com a cena, seja ela violenta, terrível, brutal ou dramática. Mas, o segredo está em saber focar uma cena, visto que se de repente a câmera começa a mexer de um lado ou de outro, isso desconcentra o espectador e com isso perde-se o efeito sobre a emoção. Muitas vezes você pode se emocionar num determinado filme, desta forma caberia a seguinte pergunta: na sua opinião você se emocionou ou até chorou por causa da cena ou da música? A expressiva maioria vai atribuir à cena o maior peso para justificar a sua emoção. Isso é perfeitamente compreensível, uma vez que essas pessoas não seriam capazes de atribuir maior peso à música até por que, muitas nem se lembrariam se numa determinada cena havia música. Isso é normal, já que caso percebessem a música, isso poderia ser um sintoma de que ela estaria sobrando no filme, o que não é correto. A música deve dividir os méritos com a cena e não subtrair só para si, nesse caso a música perderia sua funcionalidade.
No filme CINEMA PARADISO, Totó já adulto retorna à sua cidade natal para o enterro do projecionista Alfredo. Ele então recebe um rolo de filme onde Alfredo editou todas as cenas que foram cortadas pelo padre censor. Naquele momento em que Totó passa a exibir o filme, a música de Ennio Morricone aciona a alavanca da nossa emoção, impossível não se emocionar com a cena. Agora, imagine a mesma cena, sem a música de Morricone, será que o peso da emoção seria o mesmo? Claro que não, por isso que a música ajuda a reforçar uma determinada cena.