Um livro contando as memórias obscuras de um judeu polonês nascido na França acabou inspirando o cineasta francês Cedric Khan a filmar O CASO GOLDMAN em 2023. O que mais chamou a minha atenção a partir dos instantes iniciais dos filmes, foi a semelhança física do personagem Pierre Goldman com o ator Gian Marie Volonté. Vale frisar que foi justamente nos anos de 1960 que esse ator marcou presença de forma brilhante, em inúmeras produções cinematográficas que serviram para marcar a sua expressão fisionômica marcante nos mais distintos personagens que interpretou. Ao invés de produzir uma cinebiografia, o cineasta preferiu ir direto ao julgamento de Pierre Goldman. Em 1968, durante várias manifestações estudantis na França, começou a Reforma Universitária, nesse período surge a figura de Pierre Goldman. Ele era estudante da Sorbonne e organizava movimentos estudantis da Frente Universitária Antifascista. O seu envolvimento em alguns assaltos acabou levando-o à prisão. Como a França estava polarizada entre esquerda e direita, Goldman também acabou acusado de uma série de assassinatos. No julgamento, ele confessa os assaltos que cometeu, mas nega ter sido responsável pelas mortes a ele atribuídas. O filme se desenrola na sala do júri, com um desfile de testemunhas alimentados pelas notícias veiculadas pela mídia. Se, por um lado, Goldman proclamava a todo instante a sua inocência, por outro lado, ele fazia questão de deixar claro que a polícia era racista. A promotoria do caso tenta fabricar a culpa do acusado, enquanto a defesa explora a ausência de prova contra ele. O filósofo moralista francês Jean Rostand tem uma frase que se aplica muito bem no âmbito do caso: “Não tenho verdades, apenas convicções”. Numa época de intensa polarização política entre direita e esquerda, a tribuna da mídia alimentou o tribunal do júri! O CASO GOLDMAN, a nossa dica cinematográfica disponível na plataforma MEGA FILMES HD.