Este é o título do filme de 2018 dirigido por Steven Soderbergh que coincidiu com a explosão do movimento Me Too contra o assédio sexual e agressão sexual. Qual seria o instrumento de registro de um assédio? Claro, o celular e foi assim que Soderbergh filmou através de um Iphone. A personagem Sawyer Valentini, interpretada pela atriz inglesa Claire Foy, muda de cidade tentando refazer sua vida, depois de ter sido perseguida pelo maníaco David Strine, interpretado por Joshua Leonard. Sawyer passa a sofre do que se convencionou chamar de Perturbação de Estresse Pós-Traumático, num novo emprego ela tem dificuldades de se relacionar com o sexo oposto. Nesse momento ela procura então ajuda num unidade de atendimento psiquiátrico e de forma inadvertida, acaba assinando um termo de consentimento de auto internação. Ela tenta reverter o processo, mas na medida em que reage de forma violenta, praticamente o seu comportamento reforça a necessidade de intervenção medicamentosa e cuidados especiais. Sawyer por mais que se esforce em demonstrar uma certa estabilidade emocional, as pessoas que a cercam, acabam por estimular um comportamento que reforça que ela necessita de cuidados. De repente, na fila para receber o medicamento do dia, eis que de repente Sawyer em sua mente registra a imagem do seu assediador. Afinal, imaginação ou constatação ? A partir desse momento Sawyer vai viver um intenso pesadelo de consequências inimagináveis. Nesse momento oque prevalece é o drama que acomete muitas mulheres que foram abusadas e da forma em que são desacreditadas, isso reforça que a culpa seria delas próprias e não dos abusadores. Ao mesmo tempo em que esse drama da personagem Sawyer assume proporções rigorosamente desproporcionais, também o filme aproveita para denunciar a forma desumana que doentes mentais são tratados e principalmente de um sistema de hospitalização que visa o lucro desmedido. Idealizar uma paixão pode desencadear uma loucura, tratar a doença mental como mercadoria é uma insanidade! A trilha sonora de DISTÚRBIO foi composta por David Wilder Savage, no seu primeiro trabalho para o cinema.
