O dramaturgo francês Molière se notabilizou principalmente no gênero das comédias de costumes. Este gênero foi cinematograficamente bem explorado pelos italianos na década de sessenta com Marco Ferreri e Dino Risi. Mas os franceses por influência de Molière também desenvolveram habilidade quando falamos de comédia de costumes no cinema. A escritora francesa Amanda Sthers depois de experimentar o sucesso de seus 10 romances de forma individual, resolveu transportar para o cinema um texto seu visando experimentar o trabalho coletivo. Foi assim no seu primeiro longa metragem de 2009 e agora ela retorna com força através da comédia romântica, que também não deixa de ser de costumes, MADAME. Muitos europeus foram para os Estados Unidos em busca do decantado sonho americano. A França também desperta em muitos estrangeiros a perspectiva da ascensão social, o casal de americanos Anne (Toni Colette) e Bob ( Harvey Keitel) estão quase quebrados, mas isso pode ser evitado apenas com a venda de um quadro de Caravaggio da coleção do casal. Para tanto, com objetivo de impressionar o marchand David Morgan, o casal organiza um jantar numa mesa redonda. Falta um lugar a ser preenchido e como se fosse algo meio surrealista, a Madame Anne resolve colocar a sua empregada Maria (Rossy de Palma), uma discreta espanhola que foi para França para juntar um dinheiro para evitar que a sua filha tenha o mesmo destino dela. Naquele jantar a empregada Maria deve cumprir fielmente as recomendações de ficar de boca fechada para não soltar nenhuma gafe. Mas, depois da segunda taça de um bom vinho francês perde-se o controle sobre a língua e a empregada Maria se solta completamente como um "anjo exterminador". Para espanto da Madame, Maria cai no agrado do marchand Morgan (Michael Smiley) e daí, tudo pode acontecer. E a patroa, quer dizer a Madame ? Claro, se Maria alimentar qualquer sonho com relação a Morgan, a Madame fará de tudo para sabotar. Dessa maneira a comédia se desenrola numa narrativa atraente e descontraída. Uma máxima de Molière reflete bem a essência da história: A virtude neste mundo é sempre maltratada; os invejosos morrerão, mas a inveja é poupada.”
A trilha sonora do filme foi composta Matthieu Gonet que começou a trajetória como ator em 1982, vivendo Mozart numa mini serie. Mas a música no cinema o atraiu a partir de 2012 e vem obtendo sucesso com quase duas dezenas de trilhas compostas. Em MADAME a sua música cumpre fielmente de oferecer um compatível acompanhamento musical, não deixando de expressar nos acordes, sentimentos que possam estar guardados no íntimo da empregada Maria , mas sobretudo da MADAME.