A tradição da competência dos franceses no gênero policial é mantida através do filme dirigido por Arnauld Desplechin. O cruel assassinato de uma octogenária modifica por completo o ambiente na delegacia de polícia do distrito de Roubaix. É nas delegacias de polícia que nos deparamos com as grandes tragédias humanas. O filme é baseado num fato real ocorrido em 2002, na cidade natal do cineasta, Roubaix, localizada no norte da França. Uma dupla de policiais investiga, prende e submete duas jovens a um longo interrogatório, pois as duas são as principais suspeitas do assassinato. Elas eram vizinhas da idosa, que foi submetida a uma sessão de tortura até chegar a morte. As duas mulheres negam de forma peremptória a autoria do crime. A dupla de policiais que praticamente dominam a cena é formada pelos atores Roschdy Zem, o comissário Daoud e Antoine Reinartz, no papel do investigador Cotterrel. O ator Roschdy Zem pelo seu desempenho levou o Cesar, de melhor ator, que é o Oscar da França. O comissário Daoud tem um estilo que foge completamente ao padrão dos clássicos policiais. Ele tem uma postura que mistura o psicanalista e o padre. O psicanalista pela capacidade de deixar a testemunha tão a vontade, que ela é capaz de se abrir totalmente, não escondendo nenhum detalhe. Um padre exatamente pela sua postura compreensiva e até misericordiosa, que permite ao pecador ao mesmo tempo confessar seus pecados e ainda se arrepender deles. A dupla feminina suspeita formada pela atriz Lea Seydoux interpretando o papel de Claude enquanto que a atriz dinamarquesa Sara Forrestier como Marie. ROUBAIX, UMA LUZ tem a trilha sonora assinada pelo competente Grégoire Hetzel.