Nesta produção de 2023, o cineasta François Ozon mais uma vez promoveu uma transposição de palcos, do teatro para o cinema. Não é fácil promover essa adaptação, já que se o cinema é aberto a qualquer incursão desejada pelo diretor, no teatro esse espaço é restrito ao palco. Para que o texto do fato ao ser levado à tela, perdesse a sua razão, Ozon permitiu que uma história em 1934 servisse para os nossos dias. Essa foi a oportunidade para o diretor discutir sobre outro prisma a questão feminista e da luta das mulheres por mais liberdade e oportunidades. Madeleine, interpretada pela atriz Nadia Tereszkiewicz, é acusada de ter matado um produtor teatral diante de um episódio de assédio sexual. Madeleine para provar sua inocência vai contar com a ajuda da sua amiga Pauline, interpretada por Rebecca Marden, advogada recém-formada, dividem um apartamento. Um protagonismo especial fica reservado para a atriz Isabelle Huppert, capaz de mudar o curso da história. O cineasta Ozon foi extremamente ousado ao introduzir num filme oriundo de uma peça de teatro, cenas de julgamento. Se para você ao ver um filme e julgar uma atuação de determinado ator ou atriz de forma teatral, saiba que nesta produção, tudo será essencialmente cinematográfico, com atuações soberbas, como de Fabrice Luchini, no papel do juiz Rabusset. Se essa comédia policial fosse adaptada para os nossos dias, nem teria tanto impacto, mas em se tratando de uma luta feminista, ganha mais relevo se conseguirmos retornar no tempo. O CRIME É MEU, a nossa dica cinematográfica disponível na plataforma My Family Cinema.