Para uns, a vida depois dos oitenta poderia parecer um réquiem, mas para John Williams ela continua sendo a fonte de constante inspiração para o melhor da música no cinema. Neste 08 de fevereiro o compositor John Williams completou 86 anos de uma feliz e premiada existência. Sua trajetória musical é de uma figura vitoriosa, cujo talento acaba refletido pelo reconhecimento unânime de quem indiscutivelmente se traduz numa grande expressão da música no cinema. Neste ano ele está novamente concorrendo na festa do Oscar. Concorreu em 35 oportunidades e arrebatou 5 estatuetas.
Em MEU SANGUE ME CONDENA de 1960, Johnny Williams, hoje simplesmente John Williams, marcava sua estréia no cinema, depois de uma trajetória televisiva durante os anos cinquenta. Como pianista de Henry Mancini, suas primeiras trilhas ficaram impregnadas pelo estilo musical do grande "Hank", o apelido carinhoso de Mancini.
John Williams nasceu em Nova Iorque e no ano de 1948 mudou-se com a família para Los Angeles onde graduou-se na renomada UCLA estudando composição com o renomadíssimo Mario Castelnuovo-Tedesco. Como quem não ama sua pátria, não sabe amar nada, depois de ter cumprido sua obrigação com o serviço militar, Williams retorna à Nova Iorque para complementar seus estudos, desta feita dedicando-se ao piano, sendo um dos mais aplicados alunos de Madame Rosina Lhevinne.
Desfilou por vários Night-Clubs como um virtuoso pianista de jazz, tendo nessa época gravado alguns discos. Mas, seu destino estava reservando-lhe um destacado lugar em Los Angeles, para onde retornou exclusivamente para dedicar-se ao cinema e televisão.
Na década de cinqüenta teve a oportunidade de trabalhar com renomados compositores da música no cinema como Bernard Herrmann, Alfred Newman e Franz Waxman, o que de certa forma valeu-lhe até uma certa influência desses grandes expoentes.
John Williams trabalhou com os maiores expoentes da direção como Alfred Hitchcock, Don Siegel, Delbert Mann, Brian De Palma, Sydney Pollack, Steve Spielberg e muitos outros importantes nomes. Foi durante oito anos o diretor de Boston Pops Orchestra, uma das mais tradicionais orquestras norte-americanas. Alem disso regeu outras renomadíssimas orquestras como a Sinfônica de Londres, Sinfônica de Chicago, Orquestra Sinfônica de Pittsburg, Filarmônica de Los Angeles.
Comprovadamente o compositor John Williams poderia ser considerado alem de prolífero um músico completo, notadamente pelo fato da sua produção no campo da música erudita através de concertos para flauta, piano, além de inúmeras outras peças clássicas. Foi o autor do hino dos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984 e de muitos outros eventos esportivos e sociais nos Estados Unidos.
John Williams chega no apogeu da sua carreira, trabalhando e produzindo não em escala comercial, mas, sobretudo dentro de um ritmo que possa estar em perfeita harmonia com o seu espírito criativo de um músico versátil e de extrema sensibilidade, capaz de produzir acordes que sensibilizem o grande público.
Consagrou com Steve Spielberg uma parceria ao longo de trinta e quatro anos, sendo seu mais recente trabalho a trilha sonora do filme THE POST: A GUERRA SECRETA, cujo áudio anexamos nesta matéria.
John Williams é uma legenda importante da música no cinema e com o seu talento, cada vez mais, a trilha sonora passa a assumir um papel importante no contexto da narrativa cinematográfica, deixando de ser apenas um acompanhamento marginal e ganhando funcionalidade, beleza e relevo.
Em anexo o áudio da trilha sonora do filme O MORDOMO TRAPACEIRO de 1967, composta por Johnny Williams, quando então percebemos a influência de Henry Mancini. No arquivo de vídeo uma homenagem dos alunos da Universidade de Harvard para John Williams vocalizando seus principais sucessos.
Como dizem os brasileiros fãs de John Williams:
Parabéns Tio João!