O personagem Marcus, interpretado pelo ator irlandês Martin McCann e Vaughn protagonizado pelo inglês Jack Lowden, são dois amigos de longa data, resolvem sair para uma caçada, o que poderia parecer um programa perfeito para um final de semana, acaba se transformando num verdadeiro pesadelo. Imagine errar na pontaria e de repente se ver diante de uma pequena comunidade, de um local remoto da Escócia, sendo visto na condição de suspeitos de algo que a comunidade ainda não descobriu do que se trata. A medida que o tempo passa a situação de se torna ainda mais sombria. Este é o primeiro longa metragem do cineasta Matt Palmer que até então havia se dedicado apenas aos curtas metragens, ele também assina o roteiro dessa produção. O filme tem uma boa dose de emoção com narrativa densa, que deixa o espectador em permanente estado de suspense, sem noção do desdobramento que a história pode ganhar. Um dos componentes a sustentar o clima de emoção da trama está na trilha sonora muito bem estruturada pela compositora inglesa Anne Nikitin. Com mais de 50 trilhas sonoras compostas, Anne é daquelas compositoras audaciosas que conseguiu romper alguns dos preconceitos. Um deles dando conta de que uma compositora não teria capacidade para produzir uma trilha para filme de ação, ou seja, apenas para comédias românticas ou dramas romanceados. Com talento que permitiu produzir músicas desde a infância, a compositora Anne Nikitin se destaca sobretudo pela forma diferenciada de apresentar soluções musicais para os filmes. O grande aprendizado para Anne partiu justamente da sua experiência em trabalhar com documentário, sempre exigindo muita música e de absoluta pertinência com o material visual. Em CALIBRE já a partir do tema título ela prepara o espírito do espectador para o que vai rolar no filme. As cordas contribuem não só para acentuar o clima de suspense, mas também para indicar uma certa desordem no comportamento dos dois personagens principais, a partir do desdobramento de um sinistro episódio.