Se um cineasta como Woody Allen teve a capacidade de fazer humor com a morte, cunhando a frase :”Não é que eu tenha medo de morrer. É que eu não quero estar lá quando isso acontecer”, então é sinal que o espaço está aberto. Assim sendo o jovem cineasta Asaph Polonsky , americano de família judia, tal qual Woody Allen, resolveu apostar no assunto morte, com pitadas de humor eu seu primeiro longa metragem para o cinema e deu certo. Tudo começou quando um amigo de juventude perdeu a namorada vitima de uma grave doença. Uma semana depois ele estava reunido com o amigo e outros conhecidos e o clima estava pesado, até que um deles apanhando um saquinho que se encontrava sobre uma mesa, indicava que era maconha medicinal, utilizada pela namorada do amigo em fase terminal da doença. Em cima desse fato, Polonski resolveu construir uma história de um casal que perde o filho de 25 anos vítima de uma doença grave ambos, no entanto, têm extremas dificuldades de lidar com a perda e elaborar o luto. Mas determinadas circunstâncias se encarregarão de oferecer contornos cômicos a uma situação que se apresenta trágica e essa é a narrativa do filme SHIVÁ- UMA SEMANA E UM DIA. A grande capacidade do cineasta Asaph Polonsky, foi de permitir que os próprios atores encontrassem caminhos para tornar o que seria trágico em algo engraçado, claro sem banalizar e comprometer a seriedade do fio condutor da narrativa. Por outro lado, o filme também serve para mostrar uma outra faceta do povo judeu, que muitas vezes fica associado a uma certa ortodoxia de comportamentos, fugindo de um padrão globalizado. Já em SHIVÁ- UMA SEMANA E UM DIA a história oferece variáveis interessantes inserindo o fato num ambiente de século XXI com WhatsApp e Uber. Um filme muito bem recebido pela crítica arrebatando nove prêmios em distintas competições internacionais desde Israel, passando por Cannes e o American Film Institute.
O respeitado ator israelense Shai Aviv tem um desempenho perfeito como o Sr. Spivak, o pai que perdeu o filho. A trilha sonora do filme foi composta por Ran Bagno que oferece soluções musicais interessantes para a narrativa.