PAPA HEMINGWAY EM CUBA (2015).

Enviado por admin em dom, 12/03/2017 - 18:02
O jornalista que inspirou a história e conquistou a amizade de Hemingway funcionaria como uma espécie de consultor para o filme, o que ocorre é que ele veio a falecer uma semana antes do início das filmagens.

Este filme dirigido pelo cineasta iraniano Bob Yari é baseado em fatos reais e mostra como nasceu e se desenvolveu a amizade entre um jornalista americano e o notável escritor Ernest Hemingway que morava em Cuba.

Interpretações insuperáveis tanto de Adrian Sparks como o escritor Hemingway como de Giovanni Ribisi como o jornalista Ed Myers. Para tornar tudo ainda mais real, as cenas foram rodadas na própria casa em que Hemingway morou em Cuba e que hoje é um museu em Havana. O cineasta iraniano teve muito trabalho e contou com ajuda de senadores que o ajudassem a convencer o Departamento de Estado e do Tesouro americano, para liberar a história para ser filmada. Pra quem se apaixonou pelos textos de Hemingway ao assistir ao filme, veremos uma pessoa de extrema complexidade cuja ciclotimia do seu humor, muitas vezes era determinada pelo teor alcóolico. O que torna o filme ainda mais interessante foi a preocupação do cineasta de reproduzir uma reconstituição de época que permitiria voltar no tempo em 1959 e reproduzir fielmente o ambiente frequentado por Hemingway. O jornalista que inspirou a história e conquistou a amizade de Hemingway funcionaria como uma espécie de consultor para o filme, o que ocorre é que ele veio a falecer uma semana antes do início das filmagens. O jornalista Denne Bart que trabalhava no Miami Herald acompanhou a trajetória de Hemingway em seus últimos anos de vida. Nesse período a ilha de Cuba era governada pelo ditador Fulgencio Batista e os rebeldes comandados por Fidel Castro começavam articular a derrubada do governo.

O trio do filme é complementado pela presença da esposa de Hemingway a jornalista  Mary Hemingway que sempre foi bem sucedida profissionalmente, mas que tinha que se sujeitar a viver na sombra do escritor, dotado de um temperamento extremamente instável.

Se o filme não conquistou muito prestígio, muito se deve a forma indiferente como foi recebido até mesmo dentro da própria indústria cinematográfica. Mesmo tendo sido lançado no último ano de Obama, e coincidindo com ano eleitoral, talvez o viés político do filme, também tenha inibido até mesmo os exibidores quanto a fazer muita propaganda. Por isso que quando do seu lançamento o filme conseguiu menos de 500 mil dólares de bilheteria, prenúncio de que não teria sucesso comercial.

A trilha sonora na parte instrumental foi composta por Mark Isham, mas enriquecida por várias canções de época.

Dentre elas se destaca a antológica Guatanamera com a interpretação de Abelardo Barroso.