A trilha minimalista tem sido amplamente difundida no cenário musical cinematográfico. Um dos pioneiros foi Philip Glass um compositor que logo ganhou a fama de ser um dos responsáveis pela maior difusão desse estilo dentro da música no cinema. Aliás, Glass acabou ganhando inúmeros.
Ao longo do tempo, desde os anos sessenta, não foram poucos os compositores que acabaram desenvolvendo estilos que transitam pelo minimalismo. Essas harmonias aparentemente simples utilizadas no estilo minimalista, para o cinema, acabou tendo uma representação de acompanhamento até mais marcante, do que naquela situação em que o compositor através da sua musica tende a participar de forma mais efetiva do discurso cinematográfico. Na realidade, num papel aparentemente alegórico, a música minimalista até em função daquela pulsação quase que imutável acaba prolongando a emoção em determinadas situações na tela. O compositor Cliff Martinez se notabilizou por trabalhos para aquele que em determinado momento, principalmente no começo de carreira chegou a ser chamado de um novo Spielberg, que é o cineasta Steven Sodenbergh. Martinez também adotou já a partir da sua primeira trilha para o cinema do uso de harmonia simples alternada em momentos em que se prolonga notas isoladas.
Satie e Cage, são considerados os primeiros compositores a utilizar o estilo minimalista. Motivos fortes acabaram impulsionando esse estilo para a música popular e o rock. Mas tem sido no cinema, um espaço particular que ela tem se desenvolvido de uma forma bastante efetiva com adesão de novos nomes. Um outro importante compositor de estilo minimalista é o inglês Michael Nyman. Tendo sido durante um bom tempo critico musical, isso de certa forma serviu para que ele construísse uma trajetória de compositor, pautado pelo rigor e esmero naquilo que produziu. Particularmente descobri Michael Nyman em 1989 quando ele compôs a trilha de O COZINHEIRO, O LADRÃO, SUA MULHER E O AMANTE do cineastas Peter Greeenaway, com quem Nyman tem desenvolvido uma parceria bastante longeva.
O interessante da musica minimalista é que ela tem maior facilidade de se moldar nas cenas, independente do gênero cinematográfico e do assunto que a narrativa está abordando. O leque de opções de distintos gêneros, acaba sendo uma estratégia inteligente de incorporar a musica ao filme e isso acontece com tamanha eficiência, que também o espectador muitas vezes, nem se dá conta de que existe música no filme. Determinados compositores acabaram se esmerando nesse estilo minimalista, enquanto que outros, simplesmente o utilizam como recurso articulatório dentro de um enredo mais ou menos elaborado.
O tipo de marcação ensejado pelo estilo minimalista, acaba também se transformando em marca registrada para alguns compositores, que acabam por demonstrar um estilo que parece que se repete, mas tudo por conta do próprio esquema minimalista de compor. A compositora Rachel Portman acusada muitas vezes de ter um tema só em suas composições é mais um nome que adotou o estilo minimalista como estratégia criativa para compor para diferentes gêneros.
O compositor Yann Tiersen é outro nome importante da musica minimalista que já se colocou a disposição do cinema e quando o fez, cumpriu exemplarmente o seu papel de compositor criativo. Tiersen começou a compor para curtas metragens em 1997, mas o primeiro sucesso no cinema aconteceu através do filme O FABULOSO DESTINO DE AMELIE POULAIN.
O compositor japonês Joe Hisaishi apesar de não ser um compositor que exclusivamente se dedique a música minimalista, nem por isso ele deixa de utilizar esse recurso, quando se trata das trilhas sonoras e até mesmo das suas composições que integram vários álbuns lançados.
O compositor brasileiro Antônio Pinto sofreu forte influência de Philip Glass, mas solidificou o seu talento produzindo trabalhos de extrema beleza e que tem o reconhecimento internacional.
O estilo minimalista amadureceu e se expandiu rompendo fronteiras e contagiando diferentes gêneros musicais. Mas no cinema, ele continua cumprindo um papel extremamente importante não só no âmbito estético, mas minimalismo acabou se tornando uma ideologia, absorvida por diferentes compositores que se por um lado não se dedicam exclusivamente, por outro exercitam o talento e criatividade.
O estilo minimalista ficaria muito bem representado através do compositor Philip Glass. Bem por isso, destacamos aqui uma de suas mais expressivas composições que foi para o filme de 2002 dirigido por Stephen Daldry AS HORAS, estrelado por Meryl Streep, Julianne Moore e Nicole Kidman.