A GAROTA DO MUNDO (2016).

Enviado por admin em ter, 10/24/2017 - 08:38
UM FILME QUE MISTURA AMOR E RELIGIÃO.

O cineasta italiano Marco Danieli resolveu contar uma historia de amor diferente com um forte viés religioso. A personagem Giulia (Sara Serraiocco) fi educada nos rígidos padrões das Testemunhas de Jeová. Na sua peregrinação em busca de novos seguidores ela visita uma mãe, cujo filho chamado Líbero (Michele Riondino) havia cumprido pena por tráfico de drogas e estava à procura de emprego. O que parecia improvável acontece, pois Giulia se apaixona por Líbero. Os dois iniciam um romance segredo, mas que logo é descoberto. Uma das cenas mais impressionantes do filme é quando Giulia vai ser ouvida por um comitê judicial pois teria cometido pecados que poderiam leva-la a ser desassociada que é a sanção mais severa da congregação que implica na pessoa praticamente deixar de existir, mesmo para os vizinhos.

A narrativa cinematográfica basicamente foi estruturada como uma parábola, mostrando que esse mundo é um lugar onde facilmente pode se perder o caminho. Bem por isso a máxima da congregação é: “Só existe um caminho que conduz a vida”.

Nessa história de amor, mostrando dois mundos completamente distintos, somente uma frustração existencial para propiciar a aproximação de duas pessoas rigorosamente distintas, de um lado uma aplicada estudante capaz de vencer até olimpíadas de matemática e que tem a origem num ambiente de um radicalismo religioso exacerbado e que pode produzir conflitos. De outra parte um jovem que traficou drogas, foi preso e que não soube tirar proveito da sua liberdade para mudar de profissão, por mais que tenha a vontade de descobrir uma nova vida. Um filme agraciado com o premio de melhor direção no Festival de Veneza para Marco Danieli além dos prêmios de melhor ator e atriz, respectivamente para Michele Riondino e Sara Serraiocco.

Este foi o primeiro trabalho para um longa metragem do compositor italiano Umberto Smirilli. De forma bastante tímida, Smirilli não permitiu que sua música pudesse concorrer com as imagens, mas por outro lado ela acabou quase que sufocada em determinados momentos, onde poderia se fazer presente de forma mais audível. Par reforçar o discurso musical foi escolhida a cantora sueca Tess Matthisson, bisneta de Frank Sinatra, oferecendo um colorido todo especial a canção.