Este é o título do terceiro longa metragem do jovem cineasta argentino Santiago Mitre. Ele envereda pelo ambiente político a partir da trajetória do presidente argentino Hernán Blanco protagonizado pelo carismático Ricardo Darin. O filme conta com a participação do ator brasileiro Leonardo Franco que interpreta o presidente brasileiro Oliveira Prete. A história gira em torno de um encontro de cúpula das Américas que acontece no alto da cordilheira dos Andes, quando a presidente do Chile Paula Scherson, protagonizada pela atriz Paulina Garcia recepciona os principais chefes de estado sul-americanos e ainda o presidente do México. Existe um convidado extra, que fica mais nos bastidores da reunião que é o chanceler americano, interpretado pelo ator Christina Slater. O Brasil através do seu presidente Oliveira era o eixo central da reunião, principalmente pela parceria com o presidente argentino Blanco, pois juntos formavam a famosa Aliança Petroleira Sul Americana. O interessante foi a costura de roteiro que o cineasta Mitre realizou, justamente a partir do momento em que a empresa brasileira do petróleo adquiria a principal petroleira argentina. Com isso os Estados Unidos já deitavam olhares para o escuro objeto do desejo, o petróleo. Mas o roteiro é muito bem estruturado com tramas de bastidores, mostrando sobretudo que muitas vezes questões de ordem familiar gerando então um instigante thriller político. Aliás, o cineasta Santiago Mitre já havia ensaiado a abordagem política através do seu filme PAULINA de 2015. O filme mais uma vez mostra aquela máxima de que qualquer semelhança com fatos reais, será mera coincidência. No entanto, impossível não perceber que o cineasta argentino se informou muito bem sobre os meandros do Mercosul, a ponto de perceber, o quanto a nossa política incomoda e atiça o famoso tio Sam.
O filme tem uma instigante trilha sonora composta pelo espanhol Alberto Iglesias.
O cineasta Santiago Mitre concorreu ao prêmio de melhor direção no Festival de Cannes pelo seu filme A CORDILHEIRA.