PARASITA

Enviado por admin em ter, 01/07/2020 - 19:27
O filme PARASITA, por tudo que conquistou até aqui, permite ao cinema sul-coreano atingir um patamar histórico por nunca ter experimentado ser premiado nem em Cannes ou no Globo de Ouro, sendo ainda candidatíssimo ao Oscar.

Este é o título da produção sul-coreana dirigida por Bong Joon Ho que até aqui já rendeu a Palma de Ouro em Cannes e o Globo de Ouro, além de outros 109 prêmios, tendo sido indicado para outros 175. O cineasta Bong pensou inicialmente numa peça de teatro, mas na medida em que o roteiro avançava, suas ideias eram permeadas por inúmeras imagens próprias de uma produção cinematográfica. A história de PARASITA, tem como ponto de partida o conflito de classes entre ricos e pobres. A partir de uma experiência pessoal do cineasta Bong, ao tempo em que era tutor na faculdade, ele de classe média foi orientar um aluno de classe abastada e colecionou uma serie de situações que foram estimulantes quanto a enriquecer o roteiro do seu filme.  A humilde família Kim mora numa espécie de porão, que serve para evidenciar o mais baixo degrau da pirâmide social, todos os membros estão desempregados. Quando falamos de porão, com relação aos pobres, trata-se de uma habitação tão precária a ponto de nem conseguir receber sinal de WIFI. Já no lado dos ricos, o que se vê são bunkers, exatamente como meio de proteção, caso o líder da Coreia do Norte queira despejar alguma bomba no lado sul. Mas na história contada no filme eis que um belo dia o jovem Shik da família Kim, recebe a proposta de um amigo rico, para ser tutor de uma adolescente pertencente a nobre família Park. A partir do momento em que Shik passa a frequentar a mansão dos Park, ele também passa a arquitetar um plano para permitir que outros três membros da sua família, também tirem proveito daquela situação e que cada um possa exercer um papel que sirva para reforçar a renda familiar dos Kim. Uma trama hitchcockiana, permeada de suspense, mas também de um humor meio trágico, principalmente face a profunda desigualdade social entre as duas famílias. Aliás, a Coréia do Sul assim como experimentou um aumento exponencial da sua riqueza, a miséria aumentou na mesma proporção. Por isso, quando das chuvas torrenciais, se o rico comemora como uma dádiva da natureza, isso para os pobres é sinônimo de desgraça e destruição. O filme tem duas horas e doze minutos de duração, em que o espectador quase não percebe, principalmente pela habilidade que o diretor demonstra quanto a imprimir um ritmo nas ações,  que ao mesmo tempo em que deixa o espectador tenso por um lado, mas curioso do outro, pois não consegue perceber de que forma se dará o golpe resolutório da narrativa. O trabalho do jovem compositor sul-coreano Jung Jaeil, na sua quarta trilha sonora para o cinema, assim como em determinados momentos exerce um papel marginal, de outra parte o acompanhamento permite conduzir a tensão de determinadas cenas na conjunção do piano e cordas em pizzicato. O contraponto na trilha sonora se dá a partir do aproveitamento de da Aria de Handel para Rodelinda, Ato 2 e a canção italiana que marcou época, cantada por Gianni Morandi “In Ginocchio Da Te”. O diretor do filme Bong Joon Ho queria uma canção para a subida dos créditos finais,  escreveu a letra e pediu então  ao compositor Jung Jaeil para fazer um arranjo para a canção A Glass Of Soju interpretada pelo ator Woo-sik Choe (Shik). O filme PARASITA, por tudo que conquistou até aqui, permite ao cinema sul-coreano atingir um patamar histórico por nunca ter experimentado ser premiado nem em Cannes ou no Globo de Ouro, sendo ainda candidatíssimo ao Oscar.