PRIMEIRO MATARAM MEU PAI.(2017)

Enviado por admin em seg, 10/16/2017 - 11:40
PRIMEIRO MATARAM MEU PAI, QUARTO LONGA METRAGEM DE ANGELINA JOLIE.

A cineasta Angelina Jolie tinha uma motivação de ordem familiar para rodar este filme ambientado nos anos setenta  sobre o genocídio no Camboja, é que ela tem um filho adotivo, Maddox  que hoje tem 16 anos, cujo nome aparece nos créditos do filme como um dos produtores executivos. Quando o exercito do Khmer Vermelho ( que sucedeu o Partido Comunista da Indochina) derrubou o governo do Camboja, os soldados entraram na cidade de Phnom Penh como heróis, mas não sabiam que a partir daquele momento a população seria expulsa e os simpatizantes do antigo regime seriam perseguidos e mortos. A narrativa se concentra na personagem infantil Loung Ung, cujo pai era militar do exercito do regime republicano deposto e bem por isso seria perseguido. O exercito se apropria de todos os bens dos civis, enquanto que estes passam a padecer de fome e miséria.

A garotinha Loung a partir de um certo momento se vê totalmente abandonada pela família, pois a única alternativa de sobrevivência, seria se fazer passar por órfã para ser aceita num campo de trabalhos forçados. A narrativa do filme de Jolie é tensa, profunda e bem ao estilo dos cineastas vietnamitas.  São mais de duas horas de uma narrativa totalmente baseada em fatos reais, pois Angelina Jolis adaptou para o cinema o livro que foi escrito por Loung Ung. O filme custou 24 milhões de dólares e foi lançado pela Netflix.

 O compositor Marco Beltrami soube com muita competência transformar em notas musicais toda a aflição, sofrimento e tragédia de um povo vitima de um genocídio que provocou a morte de mais de 1 milhão e meio de pessoas.

Neste filme PRIMEIRO MATARAM MEU PAI,  foi possível perceber o quanto a cineasta Angelina Jolie amadureceu profissionalmente. A sua narrativa, permite apontar que a lente da câmera é como se fosso o olhar da própria personagem central da história Loung Ung o que contribui para um maior envolvimento do espectador no contexto da história narrada na tela. Essa estratégia de diretora permitiu que não se carregasse tanto no aspecto da violência que por mais explícita que fosse, estaria sendo focada através do olhar  daquela criança de oito anos.

Finalmente a mensagem fica clara no contexto do peso político das incursões norte-americanas no governo Nixon , contra um país neutro e o custo que isso representou em termos da população se voltar num misto de violência e dor, que serviram para conferir uma popularidade ao Khmer Vermelho.