
Em 1972 o compositor italiano Nino Rota estava cotado para ganhar o Oscar pela sua trilha para o filme de Francis Ford Coppola “O PODEROSO CHEFÃO”. Ocorre que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas responsável pelo prêmio recebeu a informação de que o compositor Nino Rota já havia utilizado anteriormente, os mesmos acordes de O Poderoso Chefão, portanto deixando de ser a trilha original. Nino Rota recebe então um telefonema da Academia, com objetivo de checar se a notícia procedia ou não, quanto ao fato do compositor ter se utilizado dos acordes da trilha de O Poderoso Chefão em outro trabalho. Foi quando então Nino Rota assumiu que em 1970 já havia utilizado aqueles acordes, por ocasião do filme OS PALHAÇOS de Federico Fellini. Ao ouvirmos atentamente a composição de Nino Rota na trilha de OS PALHAÇOS, perceberemos acordes que sugerem O PODEROSO CHEFÃO. Poderíamos então concluir que o compositor italiano foi extremamente rigoroso com ele mesmo, quanto a assumir um autoplágio. Mas, se atentarmos para a trilha sonora de FORTUNELLA, filme de 1958 dirigido por Eduardo De Filippo, então aí iremos encontrar pelo menos dois momentos em que existe uma escancarada demonstração de que naquele momento já surgia a inspiração para o que em 1972 se consumasse a trilha sonora de O PODEROSO CHEFÃO. Podemos perceber na trilha de FORTUNELLA, a própria variação de ritmos de uma mesma melodia, que estaria presente em 1972 na trilha sonora de O PODEROSO CHEFÃO.
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas tentou recompensar Nino Rota em 1975 premiando a trilha sonora de O PODEROSO CHEFÃO, mas Nino Rota acabou não comparecendo para receber o prêmio que foi entregue a Carmine Coppola, que compôs algumas músicas para a trilha.