
Em 1978 quando da realização da sequência do filme TUBARÃO, o cineasta Steven Spielberg foi consultado sobre a possibilidade dele dirigir a produção. Ele então teria respondido de que tudo que pretendia mostrar sobre o tubarão estava no seu filme, com isso descartando qualquer possibilidade de retomar o assunto. Mudando de gênero, não foi o que pensou o cineasta francês Claude Lelouch quando em 1986 resolveu dar continuação ao seu filme UM HOMEM E UMA MULHER VINTE ANOS DEPOIS, que acabou não reeditando o mesmo sucesso do primeiro filme de 1966. Em 1982 o cineasta Ridley Scott dirigiu BLADE RUNNER- O CAÇADOR DE ANDRÓIDES, sendo que o responsável pela trilha sonora foi o compositor grego Vangelis. A música composta por Vangelis soube captar de forma magistral a atmosfera do filme ambientado no ano de 2019, produzindo um tema que acabou se transformando num verdadeiro prefixo musical. Da mesma forma que John Williams produziu um prefixo para Tubarão e Francis Lai um hino de amor para UM HOMEM E UMA MULHER. Agora em 2017 aconteceu a refilmagem de BLADE RUNNER que e ambientado em 2049. Claramente a música referência é justamente o tema principal composto por Vangelis, que a rigor soube transformar em acordes todo o painel futurista da produção. Nesta continuação, o grande desafio seria permitir que a música tivesse o mínimo de interferência na narrativa e assumisse integralmente uma função marginal. Nesse sentido, isso exigiria do compositor uma capacidade de inovar quanto aos acordes, permitindo através da música dimensionar o próprio avanço na escala de tempo. Considerando a parceria entre o cineasta canadense Denis Villeneuve com o compositor islandês Jóhann Jóhannsson era de se esperar que a mesma se repetisse nessa produção. Surpreendentemente isso não aconteceu, sendo que Jóhannsson chegou a compor algumas faixas, mas que de alguma maneira não estiveram de acordo com a expectativa do cineasta, ou então alguma outra ingerência que determinou a mudança na condução da trilha sonora que foi assumida pela dupla Hans Zimmer e Benjamin Wallfisch.
Quanto a trilha rejeitada de Jóhannsson, ele tentou respeitar o veículo da trilha de Vangelis que foi um sintetizador Yamaha CS80.
Quanto a trilha de Zimmer e Wallfisch talvez tenha havido uma grande tentação de introduzir alguma melodia inovadora, mas o risco de ofuscar o original, poderia ser fatal, bem por isso talvez o jeito tenha sido tentar reinventar Vangelis e na cena final, isso aconteceu.
Nos arquivos de áudio as trilhas sonoras, primeiramente a rejeitada composta por Jóhann Jóhannsson e na sequência a original de BLADE RUNNER 2049 composta por Hans Zimmer e Benjamin Wallfisch.
Se você pensa que tudo que teria de ser dito sobre Blade Runner 2049 o foi na produção de 2017, saiba que a porta ficou aberta para a terceira versão.